Adorei a sua reflexão, Jéssica. Li também na revista TPM, a escritora Iana Villela fazer uma comparação sobre o apego de homens que jogam videogames, são tarados por anime e RPG e a resposta da sociedade a isso. Um tanto quanto diferente à dada às mulheres que colecionam e cuidam de bebês reborn. Achei a comparação pertinente porque evidencia os pesos diferentes para cada gênero.
A gente bem sabe que na infância é nos dado brinquedos que são treinamentos para os papéis sociais que são esperados de nós: cuidadoras de casa (porque muitas vezes nem donas somos, as escritoras geralmente estão nos nomes dos homens), mães e cozinheiras.
A pressão é tamanha que são poucas as mulheres que têm hobbies ou que se permitem um momento de ócio ou descanso. Então, se algumas estão encontrando algo lúdico nesta coisa de reborn acho um sintoma interessante de ser avaliado e não apenas julgado.
Eu confesso que também senti um desconforto quando vi as primeiras postagens sobre isso. Assisti tudo meio incrédula. E para falar a verdade, cada vez mais está mais difícil saber o que é real do imaginário, do artificial. Eu leio qualquer coisa na internet e já vou conferir se a pessoa que escreveu existe, verifico se a imagem não foi gerada por AI. É um tempo e um desgate grande e que consome o tempo de tela. Agradeço a troca!
Oi Ana, eu li também essa comparação. Mas parto do príncipio que também considero sintomática o apego masculino aos elementos da infância. Nunca considerei saudável um adulto que não consegue romper com hábitos infantis. Acredito que estamos numa Era de muitos adultos disfuncionais, que não abandonam completamente a infância e seus padrões afetivos e de comportamento. Eu, particularmente, acho bastante preocupante. A maturidade psíquica pede o sacríficio de padrões de comportamento infantis.
Interessante o seu ponto. A ideia seria equilibrar a leveza, os hobbies e o lúdico de uma maneira adulta? Eu confesso que é o pedido mais recorrente na minha terapia, para que eu saia para brincar, mas não sei fazer isso ainda. Levo as coisas com muita seriedade às vezes e isso também é sintomático.
Logo que soube deses bebês reburns achei bizarro...tanto quanto as relações com bonecas inflaveis e pessoas que se identificam como animais...conversando com minha filha psicóloga ela pautou basicamento o que você relata, isso é sintoma. Sintoma da nossa sociedade como um todo, com as pressões de sermos felizes, prósperos, seguidores de regras, de sermos reconhecidos.....eu estou ainda digerindo tudo isso. Obrigada por colocar um pouco de luz no assunto.
Esse comentário pode irritar algumas pessoas, mas enfim. Ver todas essa comoção em torno dessa carência/modismo/transtorno de mulheres adultas e seus bonecos, me faz pensar por que tanto se normaliza 2 homens terem muita vontade de "ter uma família", irem ao exterior, pagarem para que se produza um bebê "alive" e o trazerem para o Brasil. Apresentam ao mundo seu filho "de 2 pais", como se produzido em uma fábrica. "Não falem de dia das mães, pois meu filho só tem pais". Isso falando de gente mesmo, que vai crescer e lidar com tudo isso. Sei lá, problematização seletiva, né?
Adorei a sua reflexão, Jéssica. Li também na revista TPM, a escritora Iana Villela fazer uma comparação sobre o apego de homens que jogam videogames, são tarados por anime e RPG e a resposta da sociedade a isso. Um tanto quanto diferente à dada às mulheres que colecionam e cuidam de bebês reborn. Achei a comparação pertinente porque evidencia os pesos diferentes para cada gênero.
A gente bem sabe que na infância é nos dado brinquedos que são treinamentos para os papéis sociais que são esperados de nós: cuidadoras de casa (porque muitas vezes nem donas somos, as escritoras geralmente estão nos nomes dos homens), mães e cozinheiras.
A pressão é tamanha que são poucas as mulheres que têm hobbies ou que se permitem um momento de ócio ou descanso. Então, se algumas estão encontrando algo lúdico nesta coisa de reborn acho um sintoma interessante de ser avaliado e não apenas julgado.
Eu confesso que também senti um desconforto quando vi as primeiras postagens sobre isso. Assisti tudo meio incrédula. E para falar a verdade, cada vez mais está mais difícil saber o que é real do imaginário, do artificial. Eu leio qualquer coisa na internet e já vou conferir se a pessoa que escreveu existe, verifico se a imagem não foi gerada por AI. É um tempo e um desgate grande e que consome o tempo de tela. Agradeço a troca!
Oi Ana, eu li também essa comparação. Mas parto do príncipio que também considero sintomática o apego masculino aos elementos da infância. Nunca considerei saudável um adulto que não consegue romper com hábitos infantis. Acredito que estamos numa Era de muitos adultos disfuncionais, que não abandonam completamente a infância e seus padrões afetivos e de comportamento. Eu, particularmente, acho bastante preocupante. A maturidade psíquica pede o sacríficio de padrões de comportamento infantis.
Interessante o seu ponto. A ideia seria equilibrar a leveza, os hobbies e o lúdico de uma maneira adulta? Eu confesso que é o pedido mais recorrente na minha terapia, para que eu saia para brincar, mas não sei fazer isso ainda. Levo as coisas com muita seriedade às vezes e isso também é sintomático.
Logo que soube deses bebês reburns achei bizarro...tanto quanto as relações com bonecas inflaveis e pessoas que se identificam como animais...conversando com minha filha psicóloga ela pautou basicamento o que você relata, isso é sintoma. Sintoma da nossa sociedade como um todo, com as pressões de sermos felizes, prósperos, seguidores de regras, de sermos reconhecidos.....eu estou ainda digerindo tudo isso. Obrigada por colocar um pouco de luz no assunto.
Esse comentário pode irritar algumas pessoas, mas enfim. Ver todas essa comoção em torno dessa carência/modismo/transtorno de mulheres adultas e seus bonecos, me faz pensar por que tanto se normaliza 2 homens terem muita vontade de "ter uma família", irem ao exterior, pagarem para que se produza um bebê "alive" e o trazerem para o Brasil. Apresentam ao mundo seu filho "de 2 pais", como se produzido em uma fábrica. "Não falem de dia das mães, pois meu filho só tem pais". Isso falando de gente mesmo, que vai crescer e lidar com tudo isso. Sei lá, problematização seletiva, né?